domingo, 2 de maio de 2010

Glaucoma: O que é, como diagnosticar, como tratar

Glaucoma: O que é?

Glaucoma é uma doença que lesa o nervo óptico. Por uma série de fatores, as células desse nervo (fibras nervosas) vão morrendo e o nervo óptico não consegue mais mandar sua mensagem para o cérebro podendo levar a uma cegueira irreversível.
O principal fator de risco ligado ao glaucoma é o aumento da pressão ocular. No entanto, existem casos de glaucoma em que a pressão está normal (glaucoma de pressão normal)
Apesar de ter um tratamento simples e eficaz muitas pessoas ainda perdem a visão por não fazer o diagnóstico ou não seguir o tratamento.
No glaucoma a visão vai sendo afetada de fora para dentro, ou seja, primeiro prede-se a visão periférica e nas fases mais avançadas perde-se a visão central.


Segundo notícia publicada no jornal O Globo em 26/05/2011, o glaucoma é a 3a causa de cegueira no mundo.

O que é a pressão ocular?

Nosso olho tem um líquido dentro chamadao humor aquoso. Esse liquido é produzido em um local e drenado em outro. Quando por algum motivo, seja excesso de produção ou dimuição na drenagem, o humor aquoso fica em excesso, a pressão ocular aumenta. Essa pressão alta pode levar ao glaucoma.
Os colírios usados para tratar o glaucoma diminuem a produção desse liquido ou aumentam a sua drenagem. Se você não entendeu, compare seu olho com uma caixa de água, com uma torneira que enche e um ralo que esvazia. Para evitar que essa caixa encha e transborde devemos fechar a torneira ou aumentar o ralo.


Atenção: Os pacientes que usam remédios com corticóides podem ter aumento da pressão ocular. Para saber mais sobre isso clique aqui:                  

http://www.medicodeolhos.com.br/2010/04/corticoides-efeitos-colaterais-nos.html

Glaucoma tem cura?

Não. Mas tem um tratamento muito eficaz e fácil de ser feito. Assim com a hipertensão arterial, uma vez que seja feito o diagnóstico do glaucoma o tratamento deve ser feito pelo resto da vida.

Glaucoma: Fatores de risco
  • Pressão Ocular elevada (é o mais importante)
  • Raça negra
  • Casos de glaucoma na família (pais, avós, irmãos)
  • Diabetes
  • Córnea espessa (ver paquimetria mais abaixo)
Quem apresenta algum desses fatores de risco deve consultar seu oftalmologista e fazer alguns exames para descartar a possibilidade de ter glaucoma

Glaucoma: Diagnóstico

O diagnóstico do glaucoma nem sempre é fácil de ser feito. Vários dados são levados em consideração pelo oftalmologista para dizer se uma pessoa tem ou não tem glaucoma. O principal dado a ser considerado é a pressão ocular. Outros dados como idade, história familiar (se seus pais, avós ou irmãos tem glaucoma), presença de diabetes e o resultado de alguns exames serão considerados também.

Glaucoma: Exames


  • Tonometria: é o exame feito no consultório para medir a pressão intra ocular. Deve ser feito em toda consulta oftalmológica. A pressão ocular normal varia entre 08 e 21 mmHg.

  • Curva tensional: É a medida da pressão ocular em diferentes horas do dia. A pressão ocular varia ao longo do dia e essa variãção é importante para o diagnóstico e acompanhamento da doença.

  • Fundo de olho (ou fundoscopia): Avalia o nervo óptico e verifica se há um aumento da escavação. A escavação do nervo óptico tem um tamanho de 0,1 a 0,3 nos pacientes sem glaucoma. Quando essa escavação é maior do que isso, aumenta a suspeita de glaucoma. Em estágios muito avançados do glaucoma essa escavação pode chegar a 0,9 e 1,0.
Nervo óptico glaucomatoso

Nervo óptico normal


  • Retinografia ou estereofoto de papila: é a documentação fotográfica do nervo óptico facilitando a avaliação pelo oftalmologista e permitindo a comparação com fotos futuras.

  • Campo visual (campimetria): é um exame muito importante e que avalia se há lesão nas fibras nervosas do nervo óptico. É importante no diagnóstico e no acompanhamento da doença. Deve ser feito pelo menos 1 vez por ano.

Essas imagens mostram a progressão do campo visual em um paciente com glaucoma sem tratamento

  • Gonioscopia: Faz a diferença entre glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado (ou estreito). O tratamento e o prognóstico são diferentes entre esses dois tipos de glaucoma.

  • Análise da camada de fibras nervosas (GDX ou HRT): Tem uma função parecida com o campo visual mas é melhor e mais detalhado.

  • Paquimetria: Mede a espessura da córnea. Quanta mais espessa a córnea maior será a pressão medida pela tonometria. Ás vezes uma pessoa tem a pressão ocular alta mas é porque a sua córnea é grossa e não porque ela tem glaucoma.
Glaucoma: Sintomas

O glaucoma geralmente não dá sintomas e por isso é perigoso porque a pessoa pode ter glaucoma e não saber. Só quando a pressão está muito elevada (geralmente maior do que 40 mmHg) é que a pessoa pode sentir dor nos olhos e na cabeça. Isso ocorre com mais freqüência nos glaucomas de ângulo fechado.
Como o glaucoma começa a afetar a visão na periferia do campo visual a pessoa não percebe a alteração. Só em estágios avançados a pessoa começa a perceber que a visão está prejudicada.

Glaucoma: Tratamento

O objetivo do tratamento do paciente com glaucoma é evitar as lesões no nervo óptico e a redução do campo visual típicas do glaucoma. Apesar de não conseguir reverter as alterações já existentes o tratamento consegue retardar ou evitar o surgimento de novas alterações glaucomatosas. Para tal, devemos reduzir a pressão ocular (PIO) do indivíduo glaucomatoso para a PIO-alvo.
A Pio-alvo é aquela em que não há progressão do dano ao nervo óptico e ao campo visual. Essa Pio alvo varia de individuo para individuo e de acordo com a estágio da doença. Assim, pessoas com glaucoma leve vão ter Pio-alvo maior do que pessoas com glaucoma avançado, em que a pio alvo vai ser bem baixa.

Nos dias de hoje os médicos dispõem de muitos métodos para tratar o glaucoma. O melhor tratamento é com colírios. Existem vários e eles podem ser usados associados uns com os outros. Em alguns tipos de glaucoma, podem ser feitos alguns tratamentos com laser. Em casos mais graves onde os colírios já não fazem tanto efeito, podem ser feitos cirurgias para glaucoma.


Para saber mais sobre o tratamento do glaucoma e sobre todos os tipos de colírios usados para glaucoma. visite essa página:
http://www.medicodeolhos.com.br/2010/05/tratamento-do-glaucoma.html


O CID 10 (código internacional de doenças) do Glaucoma é H40.1

Para apreender a pingar os colírios para glaucoma de maneira correta, evitando o desperdício e aumentando a eficácia, leia o texto abaixo
http://www.medicodeolhos.com.br/2010/10/como-pingar-colirios-de-forma-correta.html


Para saber mais sobre os fatores de risco e a sua chance de desenvolver glaucoma, visite essa página:

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